Califórnia exigirá que todos os ônibus novos sejam livres de emissões a partir de 2029; veículos antigos devem sair de circulação em 21 anos
O governo da Califórnia
decretou a morte de sua frota de ônibus movidos a suco de dinossauro: o
Conselho de Recursos Aéreos decidiu, de forma unânime que até 2040, todos os
coletivos do estado sejam livres de emissões, sem choro nem vela.
2014: Julie Austin,
diretora-executiva da BYD Motors apresenta o primeiro ônibus elétrico montado
na Califórnia
É de conhecimento público
que a Califórnia é um dos mais progressistas entre os 50 estados
norte-americanos, e ele estuda banir completamente todos os veículos a
combustão. Assim como ocorre na Noruega, o custo energético para renovar toda a
frota seria altíssimo para os cofres públicos e para o consumidor, sem falar
que muitas montadoras não gostariam nem um pouco. Claro, ele seria bem mais
vantajoso dada a população de 39,54 milhões (dados de 2017).
Sem contar que como a
Noruega, a Califórnia é um grande produtor de petróleo e gás natural. Ser amigo
do planeta é bom para a imagem, mas não tanto para os negócios.
Investir em ônibus
totalmente verdes pode ser algo bem mais vantajoso, mas para isso o
investimento deve ser bem maior. Hoje, a frota estadual livre de emissões
consiste em 153 veículos de um total de 12 mil, apenas 1,28% do total. Isso dá
uma média de um ônibus para cada 3.295 habitantes, e não surpreende por que a
Califórnia quer tanto banir carros movidos a combustão.
A título de comparação, a
cidade de São Paulo possui pouco mais de 14 mil ônibus; desses, 20 são movidos
a etanol, 201 são os bons e velhos Trólebus e apenas UM usa baterias (dados de
julho/2018). Todos os demais, 98% da frota são movidos a diesel. Pode parecer
pouco, e é, mas com 12,11 milhões de habitantes (dados de 2018), temos uma
média de um ônibus para cada 865 habitantes.
Assim, o conselho do
estado entende que começar a eliminar os veículos fósseis pela frota de
transporte público é o melhor a se fazer. A partir de 2029, todos os novos
ônibus adquiridos deverão ser verdes, com baterias ou utilizando a rede
elétrica. Foi dado um prazo de 21 anos para que todos os veículos a combustão
saiam de circulação, e as empresas licenciadas terão acesso a subsídios.
Agora a ironia: parte dos
fundos virá do acordo feito entre o estado da Califórnia e a Volkswagen por
causa do DieselGate, ainda que a montadora não fosse a única vilã da história.
2017: ônibus antigo
avistado em Oakdale, Minessota utilizando uma estação Supercharger da Tesla
para carregar a bateria
O interessante nessa
história, é que a decisão da Califórnia pode favorecer e muito as montadoras de
veículos elétricos, especialmente a Tesla. Além de já ter sido vista brincando
com um ônibus antigo, supostamente customizado para utilizar as estações
Supercharger, a tecnologia por trás do caminhão Tesla Semi pode muito bem ser
adaptada para o transporte público.
Em termos gerais, os
ônibus elétricos como os da BYD Motors (o da foto que abre o artigo) possuem
uma autonomia de aproximadamente 250 km, que é um número razoável, mas
temerário para grandes distâncias ou situações de trânsito. Já um Semi possui
duas versões de baterias, uma de 300 milhas (480 km) e outra de 500 milhas (804
km), cuja distância percorrida pode variar conforme a carga.
A montador está projetando
estações dedicadas aos Semi, chamadas Megacharger que conseguem injetar uma
carga suficiente para cobrir 400 milhas (644 km) em apenas 30 minutos. Para um
ônibus, esses seriam números excelentes. E com a decisão da Califórnia, não
surpreenderia em nada se Elon Musk anunciar em breve em breve o primeiro busão
da Tesla.
Com informações: AP News,
Autoblog.
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