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Produção de chassis de ônibus cai 17,9% em 2014

Pior desempenho foi do segmento de urbanos, que registrou baixa de 21,4% em relação a 2013.

 

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FONTE: BLOG ÔNIBUS BRASIL

FOTO:DIVULGAÇÃO / THIAGO PESSOA / GUSTAVO ALFREDO



Mais um indicador mostra que o ano de 2014, cheio de promessas governamentais em relação à mobilidade urbana, mas com poucas realizações, não foi nada bom para a indústria de ônibus no Brasil.

Nesta quinta-feira, dia 08 de janeiro de 2015, a Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, divulgou o balanço do ano passado em relação a 2013 da indústria automotiva.

A produção de chassis de ônibus em 2014 atingiu 32.938 unidades, o que representa uma queda de 17,9% em relação aos 40.111 veículos fabricados em 2013. A Fabus, que é a associação que reúne os fabricantes de carrocerias ainda não divulgou o balanço de 2014.

Dezembro de 2014 foi um dos piores meses para a indústria de ônibus. No mês, que já é considerado fraco pela indústria, foram feitos 604 chassis uma queda de 67,2% em relação às 1.844 unidades de novembro e baixa de 63,3% na comparação com os 1.645 chassis de dezembro do ano passado.

As indefinições sobre o PSI – Programa de Sustentação do Crescimento, principal meio de financiamento para a compra de ônibus, podem explicar o fraco desempenho em dezembro.

SEGMENTO DE URBANOS É O QUE REGISTRA MAIOR QUEDA


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A queda na produção geral de ônibus no Brasil foi puxada pelo segmento de ônibus urbanos. Em 2014, de acordo com a Anfavea, foram produzidos 26.546 veículos desta configuração. O número representa queda de 21,4% na comparação com os 33.759 urbanos feitos em 2013.

Além do baixo crescimento econômico como um todo no Brasil, o segmento de urbanos enfrentou fatos diretamente relacionados com a demanda por este tipo de ônibus.

O congelamento das tarifas de ônibus, em algumas cidades desde 2011, criou um clima de insegurança para a renovação de frota. Alguns sistemas eram subsidiados, mas apenas para garantir as integrações, gratuidades e taxas de retorno previstas em contrato. Em outros sistemas, as prefeituras e governos estaduais não tiveram condições de bancar subsídios.

As obras de mobilidade urbana previstas para a Copa do Mundo não se tornaram integralmente realidade, decepcionando a indústria. Sem corredores de ônibus BRT ou expressos comuns, as empresas não tinham motivo para comprar veículos urbanos com mais categoria e maiores, ideais para estes espaços, e ficarem encostados na garagem.

Houve problemas em licitações também. A licitação da Capital Paulista que deveria ocorrer em 2013 e que traria impactos para a indústria em 2014, só vai ser realizada em 2015. O certame foi suspenso após as manifestações de junho de 2013. A prefeitura de São Paulo contratou a Ernest & Young para auditar o sistema por R$ 3,8 milhões. A auditoria, concluída em dezembro, apontou uma série de defeitos na fiscalização por parte da SPTrans, gestora local, na remuneração às empresas e na prestação de serviços das companhias de ônibus.

Em sistemas menores, como em Mauá, na Grande São Paulo, as licitações foram pouco competitivas, atraíram os mesmos empresários que já atuavam nas regiões, e realizadas após duvidosas condutas do próprio poder público.

Em dezembro, o desempenho da produção dos ônibus urbanos foi pior que a média do ano. Baixa de 67% em relação a novembro e de 68,8% em relação a dezembro de 2013.

Além do segmento de urbanos ter puxado a queda percentualmente, também trouxe impacto negativo à indústria de ônibus pelo fato de este tipo de coletivo representar a maior parte dos ônibus feitos no Brasil

SEGMENTO DE RODOVIÁRIOS PODERIA TER SIDO MELHOR


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Se o segmento de urbanos foi mal, o de rodoviários ficou praticamente estável, com ligeira alta de 0,6%.

Em 2014, a indústria produziu 6.392 ônibus rodoviários ante 6.352 de 2013.

O desempenho seria melhor se não fossem as indefinições em relação à concessão de quase duas mil linhas de ônibus rodoviárias interestaduais e internacionais pela ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres.

Empresas de ônibus e Governo Federal entraram em desacordo em relação ao modelo de concessão e a queda de braço vinha desde 2008. A ANTT queria dividir o sistema em 54 lotes e 18 grupos, além de calcular o número da frota entre 6 mil e 7 mil ônibus.

As empresas não aceitaram o modelo e fizeram um embate na mídia e nos tribunais. O governo então decidiu mudar e o modelo será semelhante ao setor aéreo com as concessões por linhas e não mais por regiões.

MERCEDES-BENZ MANTEVE LIDERANÇA E VOLVO FOI A ÚNICA A NÃO REGISTRAR QUEDA.

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De acordo com a Anfavea, os licenciamentos de ônibus de ônibus em 2014 tiveram queda de 16,3% frente a 2013.

Foram 27.542 ônibus licenciados em 2014 ante 32.918 unidades do ano retrasado. O número representa a soma de urbanos e rodoviários.

Praticamente todas as grandes montadoras registraram queda em relação ao ano retrasado, com exceção da Volvo. Já a Mercedes-Benz continuou liderando.

EXPORTAÇÕES DE ÔNIBUS


Problemas econômicos em outros países, em especial na Argentina, e a cotação do real, também influenciaram nas vendas de ônibus ao mercado exterior.

De acordo com a Anfavea, as exportações em 2014 caíram 32,4% na comparação com 2013.

Foram 6.608 ônibus brasileiros enviados para o exterior em 2014 ante 9.768 unidades de 2013.

E mais uma vez o mercado de urbanos decepcionou. A queda das exportações de modelos deste segmento foi de 42,5% com 3.813 mil unidades e no segmento de rodoviários foi de 11% com 2.795 veículos.




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