Empresas pedem reunião para revisar tarifa que hoje é de R$ 3,30. STTP diz que população não pode pagar aumento no preço da passagem.
O diretor institucional do Sindicato
das Empresas de Transportes de Passageiros de Campina Grande, Anchieta
Bernardino, comentou em entrevista sobre o aumento de passagem que é posto em
prática todos os anos na cidade e explicou que apenas com as tarifas não está
sendo possível remunerar o sistema, tendo em vista a queda de passageiros a
cada aumento.
Ele avaliou que o
transporte público por ônibus sofre concorrência do transporte alternativo e
dos mototáxis.
Anchieta explicou que o sistema de
passageiros de Campina Grande hoje abrange um milhão e setecentos mil pessoas.
Também frisou que é preciso que o Sitrans se manifeste acerca dos aspectos
negativos em reunião com a Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos
(STTP).
– O contrato diz que precisamente no mês de dezembro o concessionário tem que se dirigir à STTP dizendo a dificuldade. Por isso, no mais tardar dia 7 ou 8 de dezembro a gente chega e protocola – disse.
UMA NOVELA
O Sindicato das Empresas de
Passageiros de Campina Grande (Sitrans) encaminhou um pedido à Superintendência
de Trânsito e Transporte Público (STTP) da cidade para que seja revista a
tarifa de transporte coletivo, que atualmente é de R$ 3,30. A solicitação foi
entregue após a Justiça do Trabalho decidir que os motoristas de ônibus não
podem receber dinheiro de tarifa - uma ação impetrada pelo Ministério Público
do Trabalho (MPT) que defende a volta dos cobradores.
De acordo com o superintendente da
STTP, Félix Araújo Neto, a volta dos cobradores implicaria no aumento de R$
0,42 na tarifa, elevando o valor para R$ 3,72. O reajuste representaria 12,7%.
“O cuidado que a STTP está tendo é que não haja a transferência de custos para a população. Hoje, por exemplo, para ter de volta os cobradores o preço é de R$ 0,42 na tarifa de ônibus. A população não pode pagar esse preço. A gente quer encontrar uma fórmula, através de instrumentos tecnológicos, para solucionar tudo isso”, disse Félix Araújo, em entrevista ao Jornal da Paraíba na terça-feira (11).
Ainda segundo o superintendente, a
STTP vai dialogar com o Ministério Público do Trabalho e com empresas de ônibus
para chegar a um consenso.
Reunião sobre novo valor da tarifa
Félix Araújo informou que o Conselho
Municipal de Transporte Público vai se reunir até o dia 20 de dezembro para
decidir sobre o valor da nova tarifa de ônibus em Campina Grande.
“Recebemos uma solicitação do Sitrans já pedindo a revisão da passagem de ônibus. Possivelmente a reunião seja na quarta (19) ou quinta-feira (20). A nossa obrigação é de convocar o conselho e aguardar a decisão”, concluiu.
Decisão do TRT sobre motoristas de ônibus em CG
Os motoristas dos ônibus coletivos de
Campina Grande não podem mais acumular a função de cobrador após uma decisão do
Tribunal Regional do Trabalho (TRT) condenar os consórcios contratados para o
serviço de transporte público de passageiros na cidade a abster-se de fazer com
que os profissionais além de dirigir, exerçam quaisquer outras atividades que
não sejam relativas à condução do veículo.
A decisão foi assinada pela juíza
titular do trabalho Nayara Queiroz Mota de Sousa, da 3ª Vara do Trabalho de
Campina Grande, no dia 5 de dezembro, e também condena as empresas a elaborar e
manter atualizada uma análise ergonômica do trabalho, sob pena de multa de R$ 5
mil, e a efetuar uma indenização de R$ 1 milhão para ressarcir os danos
coletivos decorrentes da lesão à dignidade dos motoristas.
A determinação faz parte de uma ação
civil pública impetrada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) para apurar
conduta irregular em desrespeitos às normas trabalhistas, o acúmulo ilegal de
funções de motorista e cobrador desde 2014, quando foram firmados os contratos
com os consórcios.

