A cidade de Curitiba e nove municípios no entorno devem voltar a ter um único bilhete de transporte. A afirmação é do prefeito de Curitiba, Rafael Greca, em resposta ao questionamento do Diário do Transporte.

“Nós já estamos em estudos com o IPPUC [Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba] para oferecer esta possibilidade. Além dos ônibus novos e novas obras nos corredores, nossa meta é reintegrar. Mas temos de buscar uma tecnologia confiável, contra os fura-catracas físicos e virtuais, contra fraudes e invasões” – disse Greca.
O prefeito ainda acrescentou que, até o início do segundo semestre, deve ser concluída uma licitação para a escolha de uma nova bilhetagem do sistema municipal.
Uma das ideias é criar integrações temporais em qualquer ponto da cidade, a exemplo do Bilhete Único de São Paulo.
Hoje as integrações só são possíveis dentro das estações-tubo e terminais.
A desintegração da bilhetagem começou em 2015, com desentendimentos entre o Estado do Paraná e a Prefeitura, na ocasião sobre o custeio da complementação entre linhas municipais e metropolitanas. Até então, um mesmo bilhete era aceito na capital e em 13 cidades vizinhas.
Atualmente, são dois tipos de bilhetes, um do sistema Urbs (municipais) e outro Comec (metropolitanas).
CIVI
O prefeito Rafael Greca diz que agora, com a “recuperação financeira do sistema de transportes”,será possível começar a investir em melhorias.
Uma delas é a implantação de um sistema com ônibus menos poluentes em eixos de corredores específicos.
O City Vehicle Interconnected (CIVI) é uma nova modalidade de BRT que difere dos BRTs tradicionais no uso da tecnologia, como se fosse uma segunda geração.
Em novembro de 2016, durante a FetransRio, o Diário do Transporte divulgou a proposta que a Volvo apresentara para a prefeitura de Curitiba por meio de uma PMI – Pesquisa de Manifestação de Interesse.
Greca disse ao Diário do Transporte que ainda neste ano deve buscar recursos internacionais para os transportes.
“Em julho devo iniciar conversas com o BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento] e, ainda neste ano, vamos à Agência Francesa de Desenvolvimento” — contou Greca.
FURA CATRACA
Ainda sobre os Fura Catracas e Bilhetagem, Greca disse que o modelo de bilhetagem nova deve incorporar biometria facial.
Segundo o presidente do Setransp (sindicato que representa as empresas de ônibus de Curitiba e região metropolitana), Mauricio Gulin, a evasão de recursos da receita é um dos grandes problemas de custeio do sistema.
“Hoje este peso é de R$ 5 milhões por mês, ou 8% do total” — disse.
O presidente da Urbs — Urbanização de Curitiba SA, gestora do sistema, Ogeny Maia, afirmou que está sendo realizado um trabalho junto com a Guarda Municipal para coibir a prática de usuários que não querem pagar a tarifa.
A entrevista foi concedida após viagem inaugural de uma nova linha com 25 novos biarticulados, dos quais, 15 veículos foram comprados pela Transporte Coletivo Gloria, 8 pela Redentor e 2 pela Cidade Sorriso.
Os ônibus são fabricados pela Volvo, com carroceria Marcopolo. Entre as novidades está um pacote de conectividade, que traz possibilidades como controle de velocidade à distância, com limitação de 30 km/h no entorno da Praça do Japão e 20 km/h em algumas paradas.
Com informações: Diário do Transporte